Relato do Pós Ciclo de Debates Libertários que rolou sexta feira dia 12/09 a noite na praça campo grande.

Relato do Pós Ciclo de Debates Libertários que rolou sexta feira dia 12/09 a noite na praça campo grande.

 

Para muitxs que moram em $alvador/ba sabem que a Praça Campo grande já é um local que tradicionalmente nas sexta feiras se concentram uma grande quantidade de adolescentes e jovens, na sua maioria jovens que curtem rock (de diversos estilos, metal, punk, grunge, etc) e que mostram sua preferência através de seu visual. A quantidade de jovens que frequentam tanto o campo grande quanto o jardim de alá (outra praça/parque) volta e meia são noticiados nos programas policiais sensacionalistas, tentando vincular a presença dessa galera nesses espaços a atos “criminosos” (trafico e uso de “drogas”).

A quantidade de jovens que vão para esses espaços vai na contra mão de uma sociedade que cada vez mais caminha para relações mais virtuais. E é nesse sentido que a Cordel Libertário escolheu a praça campo grande para fazer algumas atividades como o Ciclo de Debates Libertários e também os ensaios da batucada anarquista.

E foi no campo grande que após um dos encontros do Ciclo de Debates Libertários que nos deparamos com uma abordagem da guarda municipal, quando chegamos eles estavam revistando um jovem, que sem reagir estava questionando o fato do policial ter escolhido ele para revistar, e também o motivo dele estar apontando um revolver, que provavelmente as balas não eram de borracha. A abordagem já estava terminando até quando o policial alegou que o jovem xingou ele e ai correram atrás dele e quando pegaram ele, agiram de forma muito violenta chegando a torcer o braço do rapaz, que gemia de dor, mesmo com a revolta de todxs que estavam por lá, pedindo para o guarda soltar ele, eles levaram para a viatura da GM e o levaram para a delegacia. Nós e algumas pessoas foram para a 1º DP que ficava próximo da praça, mas fomos informadxs que ele tinha sido levado para o iguatemi, e pelo horário da noite provavelmente ficaria por lá.

Esse não é o primeiro caso, é só conversar com a juventude que aparece na praça para termos diversos depoimentos de violência seja da guarda municipal seja da PM.

Por trás do discurso da (in)segurança o E$tado impõe a ditadura, seja nas favelas, nas praças, ou com qualquer pessoa ou lugar que de uma certa forma possa representar um perigo para o “projeto” de exploração que permanece por tantos séculos.

Todas essas práticas fascistas do E$tado tem como objetivo limitar cada vez mais as relações sociais da juventude periférica, jogando para ela o lazer limitado somente as práticas do consumo.

Por isso é de grande importância que RETOMEMOS OS ESPAÇOS DE ENCONTROS E DE ORGANIZAÇÃO que estamos cada vez mais perdendo, seja as praças, as okupas, as ruas,etc.