A Repressão Policial e o Silêncio das Mídias como estratégia de Desmobilização

Já se passou uma semana desde a repressão policial no protesto do dia 13 de Junho, aonde 24 pessoas foram presas, e além delas várias pessoas também sofreram diversos tipos de agressões e assédios, e que as Mídias Burguesas de Salvador/BA destinaram apenas algumas linhas para noticiar os fatos, e noticiando como sempre de forma pejorativa a ação dxs manifestantes e engrandecendo o trabalho da Policia Militar. Para saber melhor sobre o que aconteceu nesse dia: Relato sobre o Protesto do dia 13/06 em Salvador/BA.

Além da repressão policial a quase todas as manifestações que ocorreram em Salvador desde o ano passado, e que traziam como slogan “Não Vai Ter Copa”, o aparato repressor do Estado em parceria com as Mídias Burguesas também fizeram questão de construir o medo no imaginário social, trazendo informações periódicas de como a Secretária de Segurança Pública do Estado da Bahia estava se organizando para reprimir as manifestações. O resultado de todo esse trabalho de intimidação fomos sentir logo na primeira manifestação contra a copa, que se concentrou no Iguatemi, realizada no dia 12 de Junho,  dia da abertura oficial da copa, quando vimos a quantidade de pessoas que atenderam o convite feito nas Redes Sociais, era um numero que com certeza não se comparava as grandes manifestações do ano passado, mas que mesmo assim e com muita coragem ainda decidiram percorrer as ruas da cidade, não se intimidando a quantidade de viaturas policias presentes já na concentração.

Mesmo com a Repressão sofrida no dia 13 de junho, foram chamadas outras duas manifestações, uma dia 16 junho que tinha como ponto de encontro o Pelourinho (Centro Histórico de Salvador), na qual houve pouca adesão, aonde circularam por lá com faixas e cartazes. A outra manifestação foi marcada para o dia 20 de junho com concentração em frente ao shopping barra, e o destino seria o evento organizado pela Fifa, “Fifa Fun Fest”, o evento criado foi chamado de “Fifa Sem Festa”.

Para quem chegasse no local escolhido para a Concentração do “Fifa Sem Festa” já se podia notar na quantidade de policiais que já estavam a postos, ostentando suas submetralhadoras, querendo deixar claro que iriam reprimir a qualquer momento. As primeiras e poucas pessoas que chegaram foram xs integrantes do bloco de percussão anarquista, com tambores, pandeiros e outros instrumentos reciclados (tampa de panela, latas, pedaço de pau), logo mais chegaram mais algumas pessoas e que somaram também no ato. Entoando gritos de guerra, ao som do tambor e de outros instrumentos, estiveram presentes em torno de 12 pessoas. Mesmo as pessoas presentes não representando nenhum perigo aos donos do poder, os militares fizeram questão de se aproximar em cerca de uns 20, muito bem armados,  querendo revistar a todxs, com um claro objetivo de intimidar e provocar, fazendo ameaças em tom de voz baixa, para que xs repórteres presentes não escutassem o que falavam.

Terminando esse primeiro momento de tensão xs manifestantes após um tempo decidiram seguir alguns metros adiante, para demonstrar que mesmo com a intimidação iriam exercer sua liberdade de se manifestar, logo que começaram a seguir xs policiais se aproximaram dizendo que não iriam permitir que andassem nenhum metro para frente, o que foi ignorado pelxs manifestantes, e continuaram caminhando até chegar no ponto de ônibus em frente ao shopping barra,  cantando gritos de guerra e conversando com a população que estavam no ponto xs manifestantes finalizaram o ato naquele espaço, decidindo ir em seguida com as pessoas presentes até a praça do campo grande, pois nas sextas feiras a uma grande concentração de jovens que marcam para se encontrar por lá. Chegando lá já haviam várias viaturas estacionadas próximo da praça, o que não impediu que o bloco de percussão anarquista escolhesse um dos bancos da praça para se concentrar e fazer uma batucata rebelde e libertária, com a participação de alguns jovens simpáticxs a causa, e foi assim por algumas horas, terminando com uma conversa com a juventude sobre a repressão e as consequências da copa.

Um dos piores reflexos da repressão é o medo, porque leva consequentemente para a desmobilização, mas nessa conjuntura de repressão o maior equivoco de algumas pessoas e agrupamentos políticos que tem se afastado das mobilizações é de que isso só afetara as mobilizações contra a copa, e não se dão conta que o que está jogo é muito maior do que isso, é a liberdade de protestar contra aquilo não nos agrada, e que o legado que a copa poderá deixar para xs companheirxs de luta será a perda de muito do que já foi conquistado com sangue, suor e barricadas. Mas esse jogo ainda não terminou, ainda há chances de virada….